#43 SEIS PISTAS SOBRE O QUE ESPERAR EM 2024

Que cenário podemos esperar? O que irá na cabeça do consumidor? E como serão as suas escolhas? Veja seis indicadores a ter em conta na hora de planear o ano.

Um novo ano, um mundo em profunda mudança. Fazer futurologia é um caminho perigoso, mas todos precisamos de alguma certeza para trilhar o desconhecido. Como será 2024? Que cenários nos esperam? O que irá na cabeça do consumidor? E como serão as suas escolhas?

Estudos e estatísticas ajudam-nos a levantar um pouco o véu do que aí vem. Com dados, planeamos melhor e obtemos informação importante sobre o estado de espírito de quem compra os produtos alimentares, sobre o mercado e o mundo. Deixo-vos, por isso, seis pistas sobre este novo ano e aproveito para desejar à equipa da revista Frutas, Legumes e Flores e a todos os seus leitores um excelente 2024. Que seja de muita comunicação, planeamento e ação!

1. Recuperar? Só em 2025

Ainda não deverá ser em 2024 que respiramos de alívio, mas para lá caminhamos: alguns analistas indicam que o mercado da alimentação e bebidas deverá recuperar em 2025. A taxa de inflação na União Europeia já deu sinais de redução, mas os preços continuam em alta. Surpreender e inovar serão chave para o agroalimentar.

2. Menos volume e foco no preço

Menos volume de compras e trocas por produtos mais baratos, é o cenário que encontramos no retalho alimentar. No pós-covid, as lojas físicas continuam mais importantes como canal de vendas do que o online, sobretudo, nos produtos frescos.

3. Entre a obesidade e a comida saudável

Os consumidores estão focados na comida saudável, mas a preocupação parece não sair do papel para a grande maioria da população. A Organização Mundial de Saúde diz que 1 em cada 6 europeus é obeso e mais de 50% dos adultos tem excesso de peso. Há, por isso, muito por fazer no que toca à educação alimentar e à promoção de frutas e legumes.

4. Poucos vegetais no prato

No prato do consumidor europeu, menos de 15% da população consome diariamente cinco frutas e vegetais. No prato há pouca diversidade de legumes e há uma oportunidade para ocupar esse espaço. Uma nota positiva: Portugal, Países Baixos e Itália são os países onde se consomem mais vegetais.

5. (Ainda mais) falta de mão de obra

A falta de mão de obra na agricultura tem-se agudizado nos últimos anos e a tendência vai manter-se. A OCDE já alertou que o envelhecimento da população ativa, aliada à falta de mão de obra qualificada, vão também contribuir para aumentar a procura de trabalhadores na União Europeia.

6. Escalada das alterações climáticas

Um relatório da European Soil Data Centre indica que a perda de solo por erosão hídrica deverá aumentar entre 13% e 22,5% na União Europeia até 2050. Ao mesmo tempo, a temperatura média global entre 2013 e 2022 foi de 1,13ºC a 1,17ºC mais quente do que a da era pré-industrial. Os cientistas alertam para a aceleração das alterações climáticas, com dramáticas consequências para o planeta.

Ana Rute Silva
Partner Agência Evaristo
anarute@agenciaevaristo.pt

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