#41 Branding: a importância do propósito

#41 Branding: a importância do propósito

As marcas não são estanques. Não se criam e ficam feitas. Elas refletem, a cultura das empresas, de quem as trabalha. Do seu líder ao seu trabalhador mais singular. Elas estão vivas em todos e, por isso mesmo, precisam de repensar constantemente sobre a sua forma de estar, a sua razão de existir e de marcar a diferença.

Há uns meses quando Billie Eilish, cantora e compositora norte americana, de apenas 21 anos, lançou a música What Was I Made for? ouvi-a durante semanas a fio. Interroguei-me, porquê? Não era só a melodia que me prendia, era aquela frase exata que dizia: para o que fui eu feita? A importância de nos questionarmos constantemente sobre o nosso propósito de vida não é vergonha ou uma qualquer fraqueza identitária, retardatária até, “porque já não somos adolescentes”. Pelo contrário. É a força de quem procura uma vida com sentido. Dias menos bons, existem e existirão sempre, e ainda bem, a tristeza, a apatia ou a melancolia também nos ajudam a refletir e a sentir com maior intensidade a felicidade, a empatia, a alegria. E esta atitude, de reflexão e introspeção, também deve existir no território das marcas. Não somos todos os dias felizes, não é real. E hoje, mais do que nunca, queremos transparência e verdade.

As marcas são feitas de pessoas, do seu dia-à-dia e saber parar para as ouvir e sentir também é um exercício de construção. As marcas não são estanques. Não se criam e ficam feitas. Elas refletem, a cultura das empresas, de quem as trabalha, do seu líder ao seu trabalhador mais singular. Elas estão vivas em todos e, por isso mesmo, precisam de repensar constantemente sobre a sua forma de estar, a sua razão de existir e de marcar a diferença. Repensar o seu propósito. São as nossas raízes que estão na base de quem somos, a forma como vemos, sentimos e agimos sobre o mundo e é por isso que é tão importante saber ouvi-las, compreendê-las. Nas marcas acontece o mesmo. Refletir sobre a missão, a visão, os valores das empresas, das marcas, não é um exercício ultrapassado, é uma reflexão vital para a sua continuidade, para manter a sua relevância.

Se somos o que comemos – a frase proferida por Hipócrates, pai da medicina, há mais de 2500 anos e que continua a ser atual – somos também a soma de tudo o que vivemos.

Gisela Pires
Partner da agência Evaristo
gisela@agenciaevaristo.pt  

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