#30 TRABALHO DE EQUIPA: O QUE É MEU É TEU
No trabalho de uma agência não é possível fechar a autoria do produto final num nome. O autor não é um: são todos os que contribuíram para esse caminho. É a equipa.
No dia a dia de uma agência, a informação corre veloz e em todos os formatos. Estamos constantemente a debater, a questionar, a sugerir, a corrigir, editar, fazer e refazer. Quando se tem um projeto para entregar ao cliente e se aprofundam todos os detalhes para que o resultado seja o melhor de nós, há todo um caminho que se faz em equipa. Isto está longe de ser um processo solitário.
Para muitos é difícil aceitar que a autoria de uma ideia não tem apenas um nome. Numa organização, claro que assinamos com nome próprio, somos donos da nossa competência, dos resultados e do empenho, protagonizamos um caminho. Mas quando se trata de pensar estratégias de comunicação, identificar e produzir conteúdos relevantes ou criar marcas, não é possível fechar a autoria do produto final num nome. O autor não é um: são todos os que contribuíram para esse caminho. É a equipa.
Teremos sempre a tendência para perguntar, afinal, quem é o pai da criança? Quem teve a ideia brilhante? Será que o resultado seria o mesmo se não debatêssemos? Se não ouvíssemos os contributos da nossa equipa? Se não tivéssemos alguém que abre outros caminhos e que questiona? Seria o mesmo se não abraçássemos esses inputs de forma construtiva? Como uma dança coreografada de ideias que surgem de vários lados.
Não estou com isto a dizer que nos anulamos. Que a criatividade é algo comunitário e que a autoria das coisas a todos pertence. Nada disso. O seu a seu dono. Mas é preciso uma aldeia para fazer acontecer. E muitas vezes mergulhamos numa visão redutora sobre o que é realmente importante, esquecendo que por, detrás de um vencedor, está sempre uma equipa. E em equipa, o que é meu, é teu.
Artigo também publicado na revista Frutas Legumes e Flores
Ana Rute Silva
Partner da agência Evaristo
anarute@agenciaevaristo.pt
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